Hoje, e confesso que seguidamente, me peguei pensando sobre nossa terra, sobre como é que aprendemos a ter esse amor pelo Rio Grande do Sul e, sobretudo, como fazer para os filhos sentirem esse amor.
Meu problema é um só, mas trata-se de um caso sério. É que eu, como muitos outros gaúchos e gaúchas, estou nesse momento longe do pago. Longe das rodas de chimarrão do amanhecer e de tardezinha ou mesmo chimarreando só, do ritual sagrado do churrasco domingueiro com a família reunida embalado pelas belas melodias de Noel Guarany ou Cenair Maicá, índios guapos que transformaram em música o sentimento que atravessa os pampas, acendendo o fogo das raízes culturais e assim celebrando a tradição gaúcha.
Assim aprendi a ser gaúcha, meio sem perceber, sem esforço ou questionamento, ouvindo e dançando a chimarrita, vendo as prendas e peões nos bailes do CTG, sentindo o aroma do churrasco no espeto que ao assar pingava nas brasas, provando pela primeira vez o mate-doce com hortelã, servido da chaleira de ferro, acampando nas férias, na beira do rio e brincando no potreiro, no meio dos quero-queros.
Minha solução é a seguinte, por enquanto, aqui, nestas terras quentes e carnavalescas em que hoje me aquerenciei, vou remediando a falta dos pampas oferecendo à minha filha um chimarrão no fim da tarde, uma música bem gaudéria no domingo e à noite, uma história do Rio Grande do tempo antigo, que ouvi de minha avó, para encantar seus sonhos de infância.
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